A recâmara da leitura

Por Bárbara Paola Soares Oliveira [1]

Ouça o texto lido pela própria autora a seguir. O texto completo, em formato escrito, segue logo abaixo.



 

O meu primeiro encontro com as letras foi nos momentos de culto, sempre levava caneta e caderno para ficar desenhando enquanto o culto acontecia, era uma das melhores distrações para eu ficar quieta na igreja. Sempre fui muito de ouvir, me lembro que desde muito pequena me sentava e prestava atenção em todas as histórias bíblicas que eram contadas na salinha das crianças, que foi a minha primeira escola, a EBD (Escola Bíblica dominical).

Aos quatro anos entrei para creche, ali eu fiz o primeiro período, aprendi a escrever o meu nome completo, a contar, descobrir as cores e os personagens mais famosos da infância. E quando fiz cinco anos comecei a ler, até hoje me lembro da primeira palavra que li: “café.” Depois da minha primeira palavra eu me apaixonei pela leitura, lembro que sempre iam vender kits de livros na escola, e eu sempre comprava, tinha muitos livros e eu cheguei a lê-los diversas vezes ao ponto de decorar as histórias.

Com o passar dos anos escolares, fui me formando de opiniões, era sempre a primeira que levantava a mão para o momento de leitura, amava produzir frases e o meu momento favorito era as sextas-feiras em que fazia a ficha de leitura do livro que pegávamos na biblioteca da escola. Em cada fase escolar era uma descoberta diferente, vários gêneros textuais novos, e aquilo me deixava cada vez mais apaixonada por este mundo literário.

Quando estava no oitavo ano do ensino fundamental, participei de um concurso de poesia, com mais duas colegas de escola, e neste concurso ganhamos com o poema “Águas Cristalinas”. Cheguei a ir para cidade vizinha participar de um Psiu Poético, que publicou o nosso poema em seu livro de poesia daquele ano. Nesse período também comecei a me desafiar, e consegui ler toda a Bíblia no período de um ano.

Porém, após esse período de grande apreciação pela leitura, comecei a diminuir meu ritmo, e neste momento ler não era meu hobby, o único livro que lia constantemente era a Bíblia. Comecei a gostar de experimentos, cálculos e muita ciência do corpo humano. Preferia a prática ao teórico, e lê me causava muita preguiça. Neste tempo eu não lia mais livros seculares, mas, não abri mão da escrita, sempre escrevia textos e histórias melancólicas quando queria me distrair. O que me ajudou muito num período de crises de ansiedade que passei.

E na pandemia nasceu de novo um amor pelos livros, voltei a ler, e hoje tenho uma grande coleção de bíblia e estou fazendo minha coleção de livros. Claro, tenho meus gêneros favoritos, mas só de ver um amontoado de letras em uma folha já me desperta a vontade de querer descobrir o que há escrito ali.

Essa é a minha recâmara da leitura, espero que nesse novo ciclo universitário eu possa estender o meu conhecimento com a ajuda da leitura.



[1] Bárbara Paola Soares Oliveira é graduanda da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos, ofertada no primeiro semestre de 2023. A organização e edição do material foi feita pelo Projeto de Extensão Aula Digital.

Este trabalho foi orientado pelo professor Carlos Henrique Silva de Castro, com as ricas contribuições na revisão e organização do tutor Marcos Roberto Rocha.

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