A vida através de letras e números

Por Jairo César da Silva [1]



Na minha casa sempre existiram alguns livros da minha mãe. Na casa da minha tia, por ser professora, também havia algumas revistas e livros antigos, de estórias, fábulas, nos quais eu gostava de ficar olhando as figuras. Não entendia quase nada. Foi assim que se deu meu primeiro contato com livros, e, partindo daí, comecei a querer escrever. Com 4 anos, eu ficava tentando escrever com a ajuda da minha mãe, principalmente as letras do meu nome.

Quando comecei a estudar, foi espetacular, tudo era novo, tudo era diferente. Eu estudava no período vespertino e, quando chegava em casa, já ficava ansioso para chegar o outro dia e ir para o colégio. Meu pai comprou uma televisão algum tempo após eu iniciar os estudos. Quando eu terminava as tarefas escolares, minha mãe deixava eu assistir desenhos. Foi assim que comecei a aprender a contar até 10, pois nos desenhos tinha a brincadeira de esconde-esconde e os personagens contavam.

Sempre gostei de matemática. Meu pai me deu uma calculadora que utilizava no trabalho. Eu passava horas com o aparelho. Não compreendia o que estava fazendo, mas gostava dos números, de ficar apertando os botões e vendo os resultados que apareciam. As finanças, comecei a aprender com 6 anos. Quem nunca juntou moedas? Eu juntava no meu cofrinho. Comecei a entender sobre as notas um pouquinho mais tarde, com a ajuda da minha mãe. Quando comecei a aprender matemática na escola, perguntei à minha mãe se para formar 15 reais poderíamos utilizar uma nota de 1 real e uma de 5 reais, igual fazíamos na escola. E foi assim que ela me ensinou a somar e a saber o troco.

A escola foi de total importância para mim, pois aprendi sobre a cultura de muitos colegas, mesmo simples coisas como o dia a dia de todos, o que me ajudou a entender o porquê de outras coisas. A arte de escrever começou muito cedo. Produzíamos alguns textos, principalmente no Fundamental I e, às vezes, no Fundamental II. Ganhei um livro que continha 3 histórias. Eu li essas histórias várias e várias vezes. Imaginava os cenários, os personagens, o desenrolar dos fatos.

Hoje sinto que eu deveria ter feito uso ainda mais da prática de leitura, pois tudo parte dela. Para escrever bem, você precisa ler. Pelo fato de não ter praticado muito a escrita de textos durante a minha vida escolar, sinto uma dificuldade enorme hoje em produzir textos. Com relação a colocar a ideia no papel, eu consigo imaginar tudo; porém, quando vou transcrever, “trava”, não consigo exprimir as ideias que estão em minha mente. Sempre leio com o objetivo de melhorar a minha escrita. Eu gosto de artigos científicos, principalmente os que têm aplicação entre as exatas e o cotidiano. A forma como a matemática é utilizada para explicar questões diárias é fantástica.

No dia a dia, sinto uma falta enorme de alguns conhecimentos, principalmente de dominar melhor a escrita. É uma das maiores (senão a maior) dificuldade que tenho. Outro conhecimento que sinto falta é a parte de educação financeira, que deveria ser inserida nas escolas. Claro, as aulas de juros são aplicadas diariamente. No entanto, com relação às questões normais do meu dia a dia, precisei buscar o conhecimento em outros locais, sem saber até mesmo qual norte tomar. Essa parte do conhecimento eu sinto falta e sei que se tivesse acesso a algumas questões hoje em dia elas seriam resolvidas mais facilmente.

Enfim, a leitura e a escrita abrem portas, criam caminhos. O conhecimento é um presente que ninguém poderia tirar de você, e com ele você pode chegar aonde quiser, pois ele é como uma escada, de degrau em degrau você chega ao topo.



[1] Jairo César da Silva é graduando da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos, ofertada no primeiro semestre de 2023. A organização e edição do material foi feita pelo Projeto de Extensão Aula Digital.

Este trabalho foi orientado pelo professor Carlos Henrique Silva de Castro, com as ricas contribuições na revisão e organização do tutor Marcos Roberto Rocha.

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