Da leitura à superação: a jornada da minha vida



Por Paula Maria do Nascimento [1]

Quando criança, não era comum ter acesso a livros, pois minha família não tinha hábitos de leitura e eu não tinha acesso a quase nenhum livro fora da escola. Porém, houve uma época em que ainda era possível encontrar alguns gibis. Lembro que colecionava figurinhas e, quando ia na banca de jornal comprá-las, aproveitava e já comprava alguns gibis.

Porém, ao longo dos anos, isso tem sido um problema no meu desenvolvimento de aprendizagem. Quando estamos inseridos no meio onde as pessoas não têm hábitos de leitura, isso acaba nos prejudicando de alguma forma.

Eu nunca gostei de ler, nem de estudar, e passei anos desperdiçando meu tempo com futilidades que teoricamente só atrasaram a minha vida. Na época, eu podia sim estudar ou ter acesso aos livros, pois morava em São Paulo e lá tinha muito mais informações e disponibilidade de conteúdo do que em outras cidades. Mas acredito que isso era algo de família mesmo. No entanto, num belo dia, depois que percebi as consequências dessa herança, quebrei todas essas barreiras que estavam entre mim e o aprendizado.

Mudei para Minas Gerais, para uma cidade pequena chamada Cachoeira de Pajeú. Lá havia uma biblioteca pública (nunca tinha visto uma biblioteca antes), à qual administro e na qual trabalho hoje junto com uma equipe de professores e técnicos. Quando conheci essa biblioteca, fiquei perplexa com a quantidade de livros e histórias que tinham lá e ficava ainda mais curiosa, (claro, nunca tinha visto uma na vida).

Enfim, comecei a pegar livros de romance, como da Rosana Rios, Nora Roberts, Paulo Coelho e Daniele Steele. Mas antes disso lembro que tive uma fase um pouco mística. Tinha uma coleção da Eddie Van Feu (queria ser wicca; para mais íntimos, bruxa). Então, ao longo do tempo o romance foi perdendo o espaço para os livros mais didáticos. Eu precisava fazer um concurso público municipal e tinha que voltar a estudar as antigas matérias da escola, das quais já não lembrava mais. Fiz e passei. Dali em diante fiquei constantemente em desenvolvimento.

Comecei a buscar livros mais técnicos e especializações voltadas para área de Ciência de Dados e Aprendizado de Máquina, livros de investimentos, desenvolvimento pessoal e, por fim, os que julgava necessários. A questão é que eu demorei muito para entender a importância da leitura. A prática é linda, mas deve estar em conjunto nas nossas vidas. É importante que você conheça outros pensamentos e outras ideias. Como vivemos sempre correndo contra o tempo, a leitura ainda é limitada. É por isso que acredito veementemente que a leitura deve ser a base de tudo.



[1] Paula Maria do Nascimento é graduanda da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos, ofertada no primeiro semestre de 2023. A organização e edição do material foi feita pelo Projeto de Extensão Aula Digital.

Este trabalho foi orientado pelo professor Carlos Henrique Silva de Castro, com as ricas contribuições na revisão e organização do tutor Marcos Roberto Rocha.

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