Um retorno a minha infância escolar



Por Cristiano Rodrigues Pereira [1]

 

Quando na minha infância, criancinha não tinha acesso a livros e/ou textos em minha casa, mas me recordo que na época, minha mãe gostava de escrever cartas de cunho pessoal e, às vezes para outras pessoas que lhe pedia para escrever cartas para elas. Ela tinha prazer de contar histórias e enredos e falar dos personagens de livros que já tinha lido, era muito emocionante.

Já minha tia contava muitas histórias infantis para mim, e meu irmão. Em casa sempre tinha no domingo o jornalzinho de igreja ilustrativo que minha mãe trazia para nos ensinar sobre ensinamentos de Jesus Cristo. Tinha minha curiosidade, mas não entendia quase nada. Tive o prazer de ganhar vários gibis usados da tia, que ganhava nas casas de família que trabalhava. Gostava bastante do gibi dos irmãos metralhas onde tinham bastantes figuras e textos educativos da época. Aprendi meus números em casa com minha mãe e tia, foi meu primeiro acesso aos números, mas me encantei com os números mesmo na escola, nos primeiros aninhos na escola. Cheguei à escola já sabia contar até o número 30. E sabia a fazer algumas continhas fáceis de mais e de menos.

Comecei a somar e diminuir no meu segundo ano escolar era mágico e a linguagem dos números. Comecei a utilizar o meu aprendizado da escola em casa a partir dos oito anos de idade, quando vendia geladinhos no bairro. Um dos primeiros contatos com o dinheiro, entendendo o valor do dinheiro e o seu significado como usado para trocas comerciais.

A Escola tem um papel primordial para dar a acesso as crianças ao letramento e entendimento matemático através de seus códigos. Sem contar que a matemática está presente em toda e qualquer situação de forma intrínseca ou subjetiva. Comecei as escrever literalmente na escola aos cinco para seis anos de idade, mas sempre tive curiosidade de observar minha mãe escrevendo cartas ou textos, é acredito que ajudou bastante no processo na escola.

Minha família sempre me motivou a escrever para aprender a escrever, mas no início as primeiras letras eram enormes, parecia que não tinha coordenação nas mãos. Na escola escrevíamos textos a vida de Ivo ou Maria e lobo mau. O papel da escola foi essencial aos meus letramentos iniciais. Naquele tempo, os livros presentes pelos professores, para realização de leituras e para as práticas da escrita, eram de estórias infantis como O Lobo Mau, Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos, entre outros. O usamos a biblioteca da escola, porém o acesso era muito restrito pela quantidade de biblioteca naquele tempo, eram pouquíssimas.

O uso da leitura me proporcionou conhecimentos além de vários benefícios, como uma melhora na escrita e tendo uma boa interpretação dos aspectos que estou lendo, principalmente textos científicos. Já as práticas com números se fazem como o presente a todo o processo, pois números e a escrita andam alinhados em uma mesma sintonia. Posso afirmar que todas as palavras levam está sintonia na vida real.

No primeiro ano de faculdade tive muita dificuldade, pois fiquei sem estudar após o ensino médio por cinco anos. Mas no primeiro ano de faculdade tive que adequar as novas formas e perspectivas de leituras. Foram mudanças muito significativas e positivas ao processo educacional. Normalmente tenho hábito de fazer leituras de textos e temas propostos que me interessa. Os textos universitários são bem técnicos mais não é nada de outro mundo, tudo é questão de pratica com a leitura. Gosto do gênero sobre finanças ou negócios. Às vezes sinto falta de vários conhecimentos que ficaram vazios no estudo de matemática e até da própria língua portuguesa. Tenho um bom controle de minhas finanças, acredito que no ensino médio tive este preparo ajustado a minha vida, porque já utilizada o dinheiro desde cedo com vendas de alimentos para casa. Mas este preparo me auxiliou bastante em minhas vendas, porém acredito que seja insuficiente para as questões econômicas ou mercadológicas da época.



[1] Cristiano Rodrigues Pereira é graduando da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos, ofertada no primeiro semestre de 2023. A organização e edição do material foi feita pelo Projeto de Extensão Aula Digital.

Este trabalho foi orientado pelo professor Carlos Henrique Silva de Castro, com as ricas contribuições na revisão e organização do tutor Marcos Roberto Rocha.

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