Minha vida escolar

Vaneide

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Vaneide Cardoso dos Santos, Águas Formosas/MG

Nasci na cidade de Águas Formosas em 22/06/1987, tenho 37 anos, sou mãe de dois filhos: Luiz, meu primogênito de 14 anos, e Lisbela, minha caçulinha de 6 anos. Sou casada e sonho com um futuro melhor para mim e para a minha família.

Comecei meus estudos na pré-escola; foi lá que tive contato com os livros infantis e gostei muito das histórias ilustradas. Recordo que uma tia comprou alguns livros para mim e para minha irmã. Lembro do título de um deles, que era a história do “Sapo Cururu”, e cantávamos a música: “Sapo Cururu na beira do rio, quando o sapo grita a maninha é porque tem frio, a mulher do sapo deve estar lá dentro fazendo rendinha a maninha para o casamento…” Acredito que muita gente conhece essa história, e ela fez parte da minha infância. Eu gostava muito dela por conta das imagens; relembro as cenas das ilustrações, com cores vibrantes que me encantavam.

Quando entrei na escola, aos 7 anos, ainda não sabia somar nem diminuir. Aprendi tudo lá. Meus professores foram exemplos de aprendizagem para mim. Como meus pais eram analfabetos, não tinha ninguém para me ajudar, então a escola foi fundamental. Aprendi a ler e a escrever, além do alfabeto e dos números. Foi uma experiência muito boa, pois tudo era novo. Lembro mais da merenda escolar e das brincadeiras no pátio. Também recordo que os professores escreviam as lições no quadro negro com giz branco e rosa, e que apagávamos o quadro com um apagador que deixava um pozinho branco no ar. Ah, que saudade daquele tempo em sala de aula!

Sou muito grata a Deus pela oportunidade de ter estudado, pois a escola foi essencial na minha vida. Foi lá que obtive o conhecimento que carrego comigo. Muitas coisas que aprendi na escola nunca foram explicadas por meus pais. O que não aprendi na escola, aprendi com o mundo. Por isso, acredito que a escola e a família devem estar unidas para o melhor aproveitamento e formação dos alunos, tanto na educação quanto no caráter e para a vida.

Recordo de alguns textos que estudei, como poemas, contos e charges. Nas escolas em que estudei, havia biblioteca. No primário, sempre tínhamos um dia para pegar livros para ler em sala de aula. No fundamental, tínhamos o dia da leitura, sempre nas sextas-feiras, que era uma aula inteira dedicada a isso. Também precisávamos pegar livros no final de semana para levar para casa e fazer o resumo, pois o professor passava atividades relacionadas ao livro. A escola sempre nos motivou a ler. Eu sempre gostei de livros com muitas ilustrações; achava mais interessante ler aqueles com gravuras, desenhos e muitas cores, além de histórias de suspense e romances. Adorava ler naquela época.

Concluí meus estudos em 2005. Geralmente, quando terminamos o segundo grau e começamos a trabalhar, deixamos os estudos de lado e já não nos preocupamos mais em ler livros. Então, veio a tecnologia: celulares, tablets, computadores, e com eles nos afastamos ainda mais dos livros, jornais e revistas. Deixamos de lado o papel e passamos a nos dedicar apenas às máquinas tecnológicas. Hoje em dia, não sou muito de ler livros; tenho dificuldade em ler textos longos e sem figuras, mas estou me esforçando para ler mais, dedicando-me à leitura.

Relembro de quando tive contato com números fora da escola. Minha mãe sempre me mandava comprar algo nas vendinhas da esquina. Recordo que, naquele ano, o dinheiro ainda era o cruzeiro. Eram notas grandes, mas de pouco valor. Certa vez, minha mãe me deu 50 cruzeiros para ir à venda, mas na minha lembrança, não trouxe muita coisa. Logo depois, veio a mudança do cruzeiro para o real. Lembro da primeira nota de 1 real que peguei e que conseguia comprar várias coisas com 1 real: salgadinhos, doce de amendoim, pirulito. Eu fazia a festa com 1 real naquela época.

Acredito que, nos dias de hoje, administro bem minhas finanças. Minha passagem pelo ensino médio foi muito proveitosa e me ajudou bastante. Consigo entender e administrar minha movimentação bancária, somar dívidas e calcular os juros que podem ser cobrados. Quando fazemos uma compra pela internet usando cartão de crédito e optamos por parcelar, muitas vezes são cobrados juros abusivos. Precisamos ficar atentos e fazer as contas de quanto será esse acréscimo, caso contrário, ficamos no prejuízo. É necessário estar atento em todo lugar.

Trabalhei em uma mercearia; na época, ainda não havia internet, então tínhamos que decorar os preços das mercadorias e os nomes dos produtos disponíveis no estoque. Acredito que isso me ajudou muito no processo de aprendizagem da vida, e o conhecimento que obtive na escola foi essencial. Se eu não tivesse estudado, como poderia ter me desenvolvido tanto? Portanto, minha passagem pela escola foi crucial na minha formação de vida.



SOBRE A AUTORA:

Vaneide Cardoso dos Santos, de Águas Formosas/MG, é acadêmica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), onde cursa Pedagogia. Produziu este relato na disciplina Práticas de Leitura e Produção de Textos, ofertada de julho a novembro de 2024.


A orientação deste trabalho e a organização do e-book foram realizadas por Carlos Henrique Silva de Castro, Kátia Lepesqueur e Virgínia Batista.

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