Nos meus primeiros anos de vida, em casa, o ambiente era permeado por jornais e revistas que minha mãe trazia das casas onde trabalhava como empregada doméstica. Lembro-me vividamente de observar meus pais, especialmente minha mãe, folheando os jornais para se atualizarem com as notícias do dia. Era um ritual diário, onde eles se sentavam à mesa da cozinha, mergulhavam nas páginas impressas e discutiam os acontecimentos do mundo.
Naquela época, minha casa também abrigava uma vitrola imponente, com uma coleção diversificada de discos de vinil que adornavam a estante. Aquelas tardes em que os vinis eram colocados para tocar eram momentos de pura magia para mim, perdido na melodia e nas histórias contadas pelas músicas.
Foi somente na escola que tive meu primeiro contato sistemático com a matemática. Lá, em salas de aula repletas de crianças curiosas, aprendi os fundamentos dos números, das operações básicas e da resolução de problemas. Esses conceitos matemáticos, que antes pareciam tão abstratos, tornaram-se cada vez mais tangíveis e aplicáveis à medida que avançava nos anos escolares. Foi naquele ambiente de aprendizado que também desbravei o mundo da leitura e escrita. Lembro-me da emoção de decifrar as primeiras palavras e de formar as primeiras frases com o auxílio paciente dos meus professores.
A escola desempenhou um papel fundamental nos meus processos de letramento. Apesar de, na época, eu não demonstrar muito interesse pela leitura, os esforços e incentivos dos meus professores plantaram sementes que floresceriam mais tarde na minha vida. Hoje, reconheço a importância daqueles momentos de aprendizado e como foram essenciais para moldar minha relação com a linguagem escrita e os números.
No contexto profissional, percebo claramente como o letramento adquirido na escola se tornou uma ferramenta indispensável. Seja na redação de relatórios, na interpretação de dados ou na comunicação escrita com colegas e superiores, as habilidades desenvolvidas ao longo dos anos escolares se revelam cruciais para o desempenho eficaz das minhas funções.
Na minha jornada acadêmica, a paixão pela leitura que sempre carreguei desde a infância foi um grande trunfo. Quando ingressei no curso de física, já tinha o hábito de devorar livros e artigos, o que facilitou a adaptação aos textos universitários mais densos. O gosto pela literatura não apenas tornou a absorção do conhecimento mais prazerosa, mas também contribuiu para o aprimoramento da minha comunicação escrita e oral.
SOBRE O AUTOR:
Robson Rodrigues Dias é graduando da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos, ofertada no primeiro semestre de 2024. A organização e edição do material foi feita pelo Projeto de Extensão Aula Digital.
Este trabalho foi orientado pelo professor Carlos Henrique Silva de Castro.