Das histórias bíblicas à minha pequena biblioteca

Era muito comum o acesso a vários textos na minha casa quando eu era mais jovem. Quando aprendi a ler, o acesso a livros, revistas e jornais, tanto no ambiente escolar quanto no cotidiano, era fácil. Era comum ver diversas pessoas lendo revistas, folhetos e, principalmente, a Bíblia. Por crescer em um ambiente muito religioso, meu primeiro contato com a leitura foi um livro de histórias intitulado “Meu Livro de Histórias Bíblicas”. A leitura constante desse livro me ajudou a melhorar meu aprendizado e, hoje em dia, ainda leio artigos religiosos. Também gosto muito de livros e mangás

Não tenho lembranças de como aprendi a contar, mas lembro muito bem de que comecei contando até o número 13, que hoje em dia é meu número da sorte. Acho que cada um tem um número especial, e o meu é esse. Em relação a valores monetários, sempre tive dificuldade, pois minha infância foi muito difícil no aspecto financeiro, já que minha família não tinha muito dinheiro. Porém, lembro-me muito bem do meu primeiro contato com dinheiro, quando comecei a vender sobremesas para minha avó no centro da cidade, em “dias cheios”.

Na escola, eu sempre fui bem em matemática. Muito curioso, comecei a somar um pouco antes de aprender na escola, mas, como é de se esperar, eu conseguia realizar apenas operações bem simples, como 10 – 2. Mas, pelo fato de já saber, deixei minha professora impressionada. Em matemática sempre fui avançado, principalmente quando comecei a ter acesso à internet, pois gostava bastante de resolver problemas e ver vídeos curtos sobre eles, o que me ajudou muito quando entrei no Ensino Fundamental II. Na época, tive bastante incentivo familiar, mas o que mais me ajudou foi o incentivo dos meus colegas de escola. Acho que o fato de sempre ficarem surpresos com o meu conhecimento me fazia querer continuar sendo essa pessoa sábia.

Quando entrei na escola, eu tinha pouco domínio da escrita, mas sabia escrever meu nome e algumas palavras. Com relação à leitura, sempre tive dificuldades. A escola, logicamente, foi o que mais teve impacto em minha educação, pois foi fundamental para meu aprendizado na escrita e leitura.

Meus gostos de leitura sempre se mantiveram em quadrinhos. No Ensino Fundamental I, eu amava histórias em quadrinhos como Turma da Mônica e O Menino Maluquinho. No Ensino Fundamental II, mantive os mesmos gostos, porém com outras obras, como, por exemplo, o livro do “Demolidor”, que eu gostava tanto que ganhei o primeiro lugar em uma apresentação sobre o livro. Já no Ensino Médio, minhas obras favoritas eram os mangás, que nada mais são do que histórias em quadrinhos japonesas. Atualmente, esse é meu estilo dominante de leitura.

Em ambas as escolas em que estudei havia biblioteca, que eram espaços muito legais. A frequência sempre foi motivada pelos professores para lermos. Acho que isso me ajudou muito, pois até hoje tenho gosto pela leitura.

A minha prática com os números sempre era colocada em prática no meu dia a dia. Como dito anteriormente, meu número favorito é o 13 e até hoje, quando eu saio na rua, eu sempre tenho a mania de olhar as placas de carros e, com os números, fazer cálculos até chegar ao resultado 13. É divertido. Há outras maneiras que coloco os números nas minhas práticas, como, por exemplo, quando dou passos um pouco mais largos, a fim de que tenham mais ou menos 1 metro.

Mas nem tudo são flores e notei bastante diferença entre a universidade e a escola. Por exemplo, na escola, por termos que aprender regras sobre a língua portuguesa formal, não íamos com grande frequência à biblioteca, mas no Ensino Médio éramos incentivados a ler livros que eram cobrados no plano de ensino. Já na universidade, temos grande frequência de práticas de leitura de uma grande diversidade de livros que nos auxiliam no aprendizado. Isso acarreta, de forma positiva, em nosso aprendizado, pois temos várias fontes de estudo. O lado negativo é a dificuldade de conciliar tudo com a vida pessoal, especialmente para quem trabalha e tem família.

Atualmente, eu tenho lido bastante, não só as recomendações de professores, como também obras à parte. Estou com um projeto em andamento de uma pequena biblioteca, que conta com vários livros e coleções, de “Sherlock Holmes” a “One Piece”. No entanto, tenho leve dificuldade em ler recomendações universitárias.

Felizmente, sei lidar bem com minha questão financeira, porém esse aprendizado não veio por meio da escola, onde não eram abordadas questões econômicas. Ou seja, eu aprendi várias coisas por vontade própria, ou passaria dificuldades. Atualmente, sigo, nas redes sociais, diversas pessoas que mostram o bom resultado de saber lidar com seu dinheiro, e leio muitas obras a respeito, como, por exemplo, a obra “O Homem Mais Rico da Babilônia”.

A jornada de aprendizado e crescimento que experimentei ao longo dos anos, desde a infância até a universidade, moldou profundamente minhas habilidades e interesses. O amor pela leitura, iniciado com histórias bíblicas e expandido para quadrinhos e mangás, foi essencial para meu desenvolvimento intelectual e pessoal. Da mesma forma, minha curiosidade e aptidão em matemática, incentivada tanto pela família quanto pelos colegas, estabeleceram uma base sólida para meu sucesso acadêmico. Hoje, vejo como cada etapa, cada livro lido e cada problema resolvido contribuíram para quem sou. Continuo a valorizar o conhecimento e a busca por novas aprendizagens, sempre equilibrando os desafios acadêmicos com a vida pessoal. Esse equilíbrio e a contínua dedicação à leitura e ao aprendizado são, sem dúvida, a chave para um futuro promissor. Espero conseguir me empenhar para continuar minha jornada.



SOBRE O AUTOR:

Natanael Gomes é graduando da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos, ofertada no primeiro semestre de 2024. A organização e edição do material foi feita pelo Projeto de Extensão Aula Digital.

Este trabalho foi orientado pelo professor Carlos Henrique Silva de Castro.

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