Silas Pechim de Oliveira, Araçuaí/MG
Sou de Araçuaí, uma pequena e modesta cidade do norte de Minas Gerais, lugar que ficou conhecido como Vale da Miséria e hoje é mundialmente conhecido como o Vale do Lítio do nosso país. Meus primeiros contatos com a leitura e a escrita na escola foram bem modestos por falta de incentivo; porém, em casa, recebi bons estímulos.
Sobre minha infância, tenho uma vaga lembrança de ir à missa dominical com os meus pais e ficar curioso com o que havia de informação nos folhetos das celebrações religiosas. Ficava ansioso para entrar na escola, aprender a ler e, finalmente, acompanhar os demais fiéis, que fixavam os olhos naquele emaranhado de letras dos hinos e preces. Foi na adolescência que comecei a me questionar sobre os significados e sentidos daquelas leituras. Me lembro de pegar pedaços de giz na escola para brincar de dar aulas para alunos imaginários em casa. Nas minhas aulas, utilizava o que era aprendido em sala de aula, principalmente temas relacionados à matemática. Usávamos uma das portas de casa como quadro.
Já na adolescência, conheci um dos meus autores preferidos: Sidney Sheldon. Até os dias atuais, perco-me em suas obras cheias de mistérios, cujas histórias povoam a mente do leitor com intensa imaginação. Naquele momento, meus primeiros contatos com o texto informativo foram com a leitura mensal das revistas Galileu. Como os temas relacionados à pesquisa e à ciência sempre me atraíam, ficava ansioso por finalmente receber cada edição em casa.
Com o passar do tempo e com a digitalização das informações, passei a ter o hábito de ler diariamente mini reportagens pelo celular, que acesso via páginas eletrônicas de notícias, principalmente da BBC News. Hoje, busco manter a leitura e escrita como rotinas diárias, combinando antigos livros com histórias nostálgicas, as quais me remetem aos tempos de escola, e leituras atuais de notícias.
Em meu primeiro ano na universidade, tenho lido mais. Somando-se à prática de leitura costumeira que adquiri ao longo do tempo, estou recebendo com bastante entusiasmo a diversa carga de possibilidades de conhecimento que os textos universitários me proporcionam. O tempo tornou-se mais escasso, porém não é nada que seja impossível de gerir. Quando estou no ônibus em direção ao trabalho, por exemplo, aproveito esse momento para mergulhar nas intrigas e mistérios dos livros de suspense, dos quais não abro mão.
Sinto-me empolgado com isso, pois vejo essa oportunidade única na minha vida como um desafio para o autoconhecimento, sem falar no prazeroso ato de abrir minha mente para um vasto mundo de coisas novas. Contudo, nem tudo são flores. Como faz bastante tempo que concluí o ensino básico (me formei em 2007!), tenho dificuldades para relembrar todo o conteúdo que aprendi na escola, o que de fato nos dá base para seguirmos com o curso de nível superior.
Por isso, estou tendo que fazer uma reciclagem, principalmente em matemática, através de videoaulas nas plataformas digitais gratuitas. Tenho certa dificuldade com as matérias muito abstratas, como Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação. Por outro lado, gosto bastante das matérias relacionadas ao cálculo, como Introdução ao Cálculo e Química Geral.
SOBRE O AUTOR:
Silas Pechim de Oliveira, de Araçuaí/MG, é acadêmico da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Práticas de Leitura e Produção de Textos, ofertada de julho a novembro de 2024.
A orientação deste trabalho e a organização do e-book foram realizadas pelo Professor Carlos Henrique Silva de Castro e pelos Tutores Daniela da Conceição Andrade e Silva, Luís Felipe Pacheco e Patrícia Monteiro Costa.