Por Erika Beijaflor Rocha Brandão [1]
Ouça o texto lido pela própria autora a seguir. O texto completo, em formato escrito, segue logo abaixo.
Meu irmão adotivo sempre foi muito a biblioteca municipal da minha cidade e trazia para casa, quase que toda semana, livros para que eu pudesse ler. Ele sempre me estimulou a ter contato com os livros. Outra recordação que guardo é a de minha mãe com um livro de receitas onde anotava os preparos de bolos. Recordo-me que ela colava nesse livro embalagens com receitas, assim como, recortes de várias revistas e isso me estimulou a folhear livros, observar as imagens e as palavras ali inseridas. Essas são lembranças que guardo com muito carinho.
Havia uma vizinha, Dona Dalvina, que teve a iniciativa de me alfabetizar. Desde os três anos, me ensinava e me presenteava com livros. Foi com ela que aprendi a escrever o meu nome e conheci as letras do alfabeto. Lembro-me dos momentos divertidos em que ela me ensinava. Aprendi a ler e a escrever entre os quatro anos.
Nos primeiros anos de escola foi um momento de descobertas. Naquela época gostava muito de diários. A escola me proporcionou momentos únicos e me fez um ser crítico, curioso e capaz. Sempre lia as placas na rua assim como propagandas pintadas nas paredes e livros.
Já os números, sempre foram muito difíceis para mim, aprendê-los foi um desafio. Não me recordo muito sobre como aprendi a respeito de cálculos. Mas lembro-me que meu pai me ensinava às operações matemáticas. No entanto, o que sei hoje foi aprendido na escola, sendo, portanto, fundamental para o meu letramento matemático.
Minha relação com números nunca foi muito achegada, mas no dia a dia as operações matemáticas se fazem necessárias. Infelizmente, hoje não tenho um controle tão efetivo da minha vida financeira. Acredito que meu descontrole com relação a finanças também está ligado a uma educação financeira falha.
No ensino fundamental, eu produzi textos, histórias e resumos e continue a fazê-los no ensino médio. Sempre fui muito eclética, buscava mais assuntos sobre arqueologia, gostava também de livros sobre aparência e de autoajuda além de outras leituras comuns aos jovens.
Durante a faculdade passei a ler livros de filósofos e de teorias, a constância também foi um fator novo na minha rotina tendo se tornado um hábito regular. Através deste pude perceber algumas mudanças quanto ao enriquecimento de conhecimentos, tais como, fatos que eu desconhecia. Em contrapartida, me vejo esgotada pela minha jornada extensiva para dar conta de tanta demanda. Costumo ir dormir muito tarde, acordo cedo para trabalhar. Ao chegar ainda tenho de cuidar do meu bebê.
Às 19:00 estudo a noite num curso técnico presencial. Portanto meus horários de estudo são durante as madrugadas, devido a isso fico muito sobrecarregada pela rotina que criei. Normalmente, à noite, entro na plataforma da faculdade e realizo as atividades. Tento me organizar entre trabalhos da faculdade e do curso técnico. Tenho ainda limitações, pois, desconheço muitos termos. Há muito o que aprender, percebo isso hoje, principalmente quando busco estudar para fazer provas de concurso público.
[1] Erika Beijaflor Rocha Brandão é graduanda da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e produziu este relato na disciplina Prática de Leitura e Produção de Textos, ofertada no primeiro semestre de 2023. A organização e edição do material foi feita pelo Projeto de Extensão Aula Digital.
Este trabalho foi orientado pelo professor Carlos Henrique Silva de Castro, com as ricas contribuições na revisão e organização do tutor Marcos Roberto Rocha.