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Natalia Azevedo da Costa, Capelinha/MG
Meus pais não tiveram estudos, eram analfabetos, então não tínhamos muitos livros em casa. Só depois de um tempo na escola, minha irmã mais velha começou a se interessar pela leitura e sempre trazia livros para casa. Vendo-a ler, despertei o interesse de ler também; então, ia à biblioteca da escola com frequência para escolher livros. A escola emprestava os livros, mas a gente tinha que ter muito cuidado com eles. Na época, conferiam até as páginas quando íamos devolver o livro.
Não me lembro muito bem de quando comecei a contar, mas lembro quando tive conhecimento sobre o dinheiro. Minha mãe sempre nos dava moedas para fazermos cofres, e entendi que era algo que tinha valor. Somas e diminuição aprendi depois que já estava na escola. Os “problemas” de matemática, para mim, eram muito difíceis.
Antes de frequentar a escola, aprendi a escrever meu nome na creche; tinha uns 4 anos. Foi uma sensação incrível ver meus pais festejarem a cada etapa. Minhas professoras nos motivavam a escrever, passando os deveres de casa. Não me recordo muito bem das produções de texto que fazia, mas sempre tínhamos que ler livros e fazer resumos deles.
Em todas as vezes, a escola nos motivou a ir à biblioteca para procurarmos livros. Quando algum professor faltava, eles nos levavam para a biblioteca, e achávamos o máximo. Enquanto estávamos na escola, estávamos focados para dar o nosso melhor em tudo: na caligrafia, na leitura, nas notas. Enfim, dávamos o nosso melhor.
Depois que nos formamos, dá uma esfriada nos estudos, e precisamos nos reencontrar novamente para que esse ânimo volte e busquemos mais conhecimento. Minha mãe sempre nos motiva, dizendo: “Estuda, meu filho, porque o que ninguém tira de você é o conhecimento.”
Notei que a leitura, a escrita e os números são muito importantes em qualquer área de nossas vidas, na faculdade, no trabalho, e devem estar presentes também no nosso lazer. Para mim, a leitura e escrita têm sido positivas; tenho lido tudo o que os professores nos orientam. Não tenho muita experiência com textos universitários, pois esta é minha primeira faculdade.
A escola tem, sim, o seu papel, mas, como tudo, é praticando que se aprende. Da mesma forma, se não se pôr em prática o que aprendeu, não resolverá nada.
Ainda não pensei em lançar um livro, mas, se houver oportunidade, quem sabe esse interesse pode ser despertado em mim.
SOBRE A AUTORA:
Natalia Azevedo da Costa, de Capelinha/MG, é acadêmica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), onde cursa Pedagogia. Produziu este relato na disciplina Práticas de Leitura e Produção de Textos, ofertada de julho a novembro de 2024.
A orientação deste trabalho e a organização do e-book foram realizadas por Carlos Henrique Silva de Castro, Kátia Lepesqueur e Virgínia Batista.