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Rillary Emanuelly Belaguarda, Itamarandiba/MG
A magia das letras sempre me rodeou e atraiu. Desde pequena, mesmo antes de ingressar na escola, tive contato com diversos tipos de gêneros textuais; livros sempre foram artefatos que despertaram minha curiosidade. Vendo isso, meus pais sempre me incentivaram e auxiliaram a desenvolver essa habilidade, tanto que entrei no meu primeiro ano escolar com um pouco de conhecimento de escrita, leitura e noções numéricas. Assim seguiram os primeiros anos da minha vida estudantil, lendo gibis e livros infantis; inclusive, tinha e ainda tenho uma coleção de almanaques da Turma da Mônica.
Passado algum tempo, quando estava no 2º ano, em 2013, com meus sete anos, me vi querendo escrever minhas próprias histórias. Daí surgiram as mais inusitadas façanhas, inspiradas em diversas fontes. Um exemplo foi uma extensa narrativa que escrevi, denominada “As Formigas Mutantes”. De onde surgiu essa ideia? De um formigueiro enorme que havia em uma das carvoeiras onde meu pai trabalhava; inclusive, quem lançou a fagulha e me desafiou a fazer um conto sobre o assunto foi ele, sempre buscando me fazer explorar meu potencial.
Vale ressaltar que, durante essa fase de mini escritora, além do apoio de meus pais, sempre fui encorajada por minhas professoras. Levava os manuscritos para elas, que, de boa vontade, faziam as correções e me direcionavam para sempre melhorar minha escrita.
O tempo passou, mudanças aconteceram e, em um piscar de olhos, me vi no 7º ano, em 2018, em um ambiente completamente novo. Durante esse tempo, meu gosto pela leitura foi fincando raízes em minha vida, e descobri nos livros bons amigos. Foi também nesse ano que mergulhei nos versos, na poesia e, principalmente, nos cordéis. Foi quando uma professora esplêndida envolveu toda a turma em uma árdua tarefa: lançar um livro de cordéis. Parece familiar?
Com muito esforço e alguns neurônios queimados, lançamos nossa coletânea de cordéis, intitulada Rimando um Verso, Criando um Universo. E, em meio a esse processo, me apaixonei pelas rimas e pela musicalidade dos cordéis. Perdi as contas de quantos escrevi; no fim, contribui com três criações para o livro: um homenageando nossa mentora, um em honra aos pais e um de livre criação, onde rimei sobre os bons sentimentos da vida. Foi uma experiência memorável que me aproximou ainda mais da leitura e da escrita.
O tempo foi passando e, durante o ensino médio, tive nos livros as melhores companhias que alguém poderia ter. Grande parte do despertar dessa paixão foi graças à escola e aos mestres que nela se encontravam. Nunca saberia como é emocionante ler um bom suspense se não fosse pelo primeiro livro que peguei na biblioteca da escola, O Escaravelho do Diabo, ou como pode ser fofo acompanhar um romance de época nacional como A Moreninha, livro que li no meu 3º ano e que ficou marcado em minha mente. Enfim, infelizmente, não posso relatar sobre as emoções que tive em cada título que li; quem sabe em uma próxima obra…
Finalizo aqui dizendo que, agora aos meus 18 anos, início o curso de Pedagogia com o objetivo de, futuramente, no papel de professora, encontrar e despertar em mais almas esse amor pela escrita e, principalmente, pela leitura. Quero ser capaz de mostrar o quanto os livros são capazes de abrir portas para mundos inimagináveis e como eles podem ser um refúgio quando o mundo real se torna demais…
SOBRE A AUTORA:
Rillary Emanuelly Belaguarda, de Itamarandiba/MG, é acadêmica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), onde cursa Pedagogia. Produziu este relato na disciplina Práticas de Leitura e Produção de Textos, ofertada de julho a novembro de 2024.
A orientação deste trabalho e a organização do e-book foram realizadas por Carlos Henrique Silva de Castro, Kátia Lepesqueur e Virgínia Batista.