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Sanny Lopes Paranhos, Capelinha/MG
Nasci em Capelinha, cidade do Vale do Jequitinhonha, localizada no interior de Minas Gerais. Desde criança, sempre tive acesso a livros, revistas e histórias em quadrinhos, na escola, em casa e na igreja. Meu pai sempre incentivou a leitura; a cada oportunidade, comprava livros para mim e para minha irmã. As prateleiras do meu quarto estão recheadas de livros de diversos gêneros, que possuo desde a infância. Lembro-me perfeitamente de quando ganhei minha primeira coleção de Monteiro Lobato, que incluía vários livros narrando as histórias do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
Eu também tinha o hábito de ler histórias bíblicas. Minha mãe é católica, então eu ia às missas e participava da catequese, onde tinha contato com livros bíblicos infantis e folhetos da igreja. Às vezes, eu também ia aos cultos com minha avó e ficava em uma área direcionada somente às crianças, onde lia a Bíblia e a interpretava.
Tenho boas recordações de quando aprendi a ler e escrever. Lembro-me da “tia” ensinando a escrever as letras com o pontilhado e, depois de um tempo, nos instruindo a fazer as letras cursivas. Foi uma sensação gratificante aprender a escrever a primeira letra do meu nome. Nessa época, comecei a brincar de escolinha com minhas amigas e amava ser professora, ensinando tudo o que aprendi. Inclusive, elas viviam me chamando de professora no dia a dia, porque eu tinha a mania de explicar tudo repetidamente, nos mínimos detalhes, como se estivesse dando uma aula.
Em todas as escolas onde estudei, havia biblioteca com incontáveis livros. Minhas professoras do fundamental I e II sempre nos levavam para ler, e eu tinha o hábito de pegar livros da biblioteca e levá-los para casa. Da mesma forma, eu pegava livros emprestados na biblioteca pública da cidade. Já no ensino médio, as duas escolas em que estudei me incentivaram a realizar leituras mais profundas, como filosofia e sociologia, e assim comecei a ter contato com a redação, com o objetivo de me preparar para o Enem. Desenvolvi a leitura e a escrita de forma mais crítica.
Também no ensino médio, conheci uma colega de turma chamada Raíssa, que amava ler. Assim como eu, havia muitos livros na casa dela, e fazíamos trocas. Ela escrevia poesias e eu acabei desenvolvendo esse costume e comecei a escrever, mas no meu caso eram contos. Eu sempre lia os poemas dela e ela lia os meus contos. Depois que me formei no ensino médio, perdemos o contato e acabei perdendo a prática e parei de escrever histórias.
Eu também fui uma criança que sempre teve contato com TV, DVDs e CDs em casa. Com minha irmã, escutava e assistia clipes de diversas bandas e desenhos animados. Dentre tantos, alguns foram mais marcantes e me impulsionaram a explorar novas línguas, o que se tornou minha paixão. Por exemplo, a Xuxa, que ensinava as letras do alfabeto e números em inglês, cantoras do gênero pop que cantavam músicas em inglês e despertavam minha curiosidade sobre o que elas estavam falando, e a banda/novela RBD, que desencadeou minha paixão pelo espanhol.
Hoje, com 24 anos, estou me graduando em Pedagogia pela UFVJM e em Letras – Português/Inglês pela Uniube. Faço curso de inglês e estudo de forma autônoma o espanhol. Tudo isso reafirma em mim a paixão pela leitura, escrita, línguas, diversidade e licenciatura. Tenho o grande sonho de um dia ser professora, poliglota e também aprender Libras.
SOBRE A AUTORA:
Sanny Lopes Paranhos, Capelinha/MG, é acadêmica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), onde cursa Pedagogia. Produziu este relato na disciplina Práticas de Leitura e Produção de Textos, ofertada de julho a novembro de 2024.
A orientação deste trabalho e a organização do e-book foram realizadas por Carlos Henrique Silva de Castro, Kátia Lepesqueur e Virgínia Batista.